sábado, 17 de novembro de 2012

Fé na humanidade


     Ouvi outro dia uma história, bem simples, mas que me deixou emocionado.

     Um jovem, de vinte e poucos anos entra no ônibus, relativamente vazio, senta num banco, e com os olhos marejados liga para a namorada, dizendo:

     - É, não deu. A mãe acabou de morrer no hospital. Tô indo em casa tomar um banho pra voltar pro velório.

     Desligou o telefone e continuou a viagem, em silêncio, chorando.
   
     Pouco tempo depois o cara que estava atrás dele levantou, deu sinal para o ônibus parar, e pouco antes de descer, bateu no ombro do rapaz que acabara de perder a mãe e disse:

     - Fica bem cara!

     Provavelmente esses dois nunca haviam se visto, e nunca voltaram a se ver. Mas, um gesto como esse ajuda a manter a esperança nesse mundo tão louco. Pra quê uma pessoa totalmente desconhecida faria um gesto tão gentil? Tão solidário? Simplesmente pela vontade de ajudar alguém que estava sofrendo. Um total estranho que, provavelmente, estava vivendo o momento mais triste de sua vida e não tinha ninguém ao seu lado. Ninguém pra lhe confortar e dizer que tudo iria ficar bem. Pode até ser também que esse cara que lhe deu o tapinha nas costas seja uma pessoa ruim, que trapaceia no trabalho, ou que engana os amigos, ou trai a namorada. Um péssimo filho, um pai ausente, mas, naquele momento, ele fez um esforço para tentar confortar um desconhecido.

     Como naquela propaganda da Coca-Cola, eu tenho a tendência, quase ingênua e infantil, de acreditar que os bons são maioria. Ou, como disse Sam a Frodo no final do filme As Duas Torres: Nós nos agarramos ao fato de que ainda exista algo de bom nesse mundo, pelo qual anda vale a pena lutar.

     É isso aí.


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