007 OPERAÇÃO SKYFALL
David Arrais
O ano
de 2012 marca os 50 anos do agente secreto mais famoso do cinema. Para esta
celebração, o diretor Sam Mendes foi convidado para comandar a nova aventura,
escrita por John Logan, Robert Wade e Neal Purvis, que discute a necessidade e
as funções de agentes secretos nos dias atuais.
A
história se inicia com James Bond (Daniel Craig) e Eve (Naomie Harris)
perseguindo um espião que roubou um HD que contém a identidade de todos os
agentes do serviço secreto britânico espalhados pelo mundo. Devido a uma
decisão urgente, Bond acaba se afastando temporariamente do serviço. Depois
disso, por conta de um atentado terrorista causado pelo criminoso que roubou a
tal lista, M (Judi Dench) está às voltas com, Gareth Mallory (Ralph Fiennes),
representante do governo, que está insatisfeito com os últimos trabalhos
realizados pela agência.
Na
busca pelo bandido, James Bond acaba indo parar na China e em seguida em Macau.
Lá ele conhece Sévérine (Bérénice Marlohe), a bondgirl mais sem graça dos
últimos tempos, que possui informações que podem fazê-lo chegar ao chefe da
operação criminosa por trás do roubo. Toda a sequência em Macau, diga-se, é
completamente dispensável para o desenvolvimento da trama, parecendo ter sido
feita apenas para demonstrar o potencial físico de Craig.
Silva (Javier
Bardem) surge como o personagem melhor trabalhado do filme, pois até a sua
origem e motivações são organicamente exploradas. Um vilão fantástico, ao mesmo
tempo ameaçador e afeminado e alguém que parece sempre ter o controle da
situação. Ele personifica bem o terrorista virtual, como na cena em que
pergunta qual golpe Bond gostaria de operar.
As
atuações são bastante competentes, com destaque para a participação de Albert
Finney como Kincade, alguém do passado de Bond, que surge no terceiro ato, e
Judi Dench, uma vez que M ganha um destaque nunca antes visto em filmes do
espião. Também chama a atenção a primeira aparição de Q (Ben Whishaw), já que
aqui ele é retratado como um jovem, ao contrário dos episódios anteriores.
As
cenas de ação são extremamente bem trabalhadas, porém chegando a níveis de
exagero dos tempos de Pierce Brosnan, como a sequência inicial, ao mesmo tempo
atingindo momentos de grandiosidade, como o ataque à mansão no terceiro ato. Já
as cenas de luta, apesar de bem coreografadas chegam a ser repetitivas, pois
todo o repertório de golpes de Bond é explorado à exaustão em todas as cenas.
Apesar
de competente em criar cenas de ação, a trama acaba fugindo de alguns elementos
sempre presentes nas aventuras do espião, fazendo com que não existe o clima
clássico de 007, muitas vezes lembrando mais filmes como Missão Impossível ou
Duro de Matar, no melhor estilo “exército de um homem só”, o que acaba fazendo
que a obra perca o seu charme tradicional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário