domingo, 2 de setembro de 2012

E por falar em saudade...

Um ano...


     Hoje completou um ano do início da maior aventura que vivi até hoje. Atravessei o país e a Cordilheira dos Andes (essa ali da foto) até Santiago do Chile, para passar 40 dias estudando espanhol, conhecendo novas pessoas, uma nova cultura, e o mais importante, conhecendo a mim mesmo.

     Não vou dizer que voltei outra pessoa, pois não acredito que seja possível que as pessoas simplesmente mudem. O que houve foi uma melhoria, um "upgrade". Hoje sou um homem bem mais seguro, mais independente, mais decidido. Um homem que sabe o que quer.

     Lembro de cada um dos dias que passei por lá,c om grande riqueza de detalhes. Sei que é provável que em algum tempo eles comecem a sumir da minha memória, quando outras lembranças mais marcantes começarem a ocupar seu espaço. Porém, hoje, sinto muitas saudades.

     Saudades dos muitos nuevos amigos, de ter que pensar e falar em 3 idiomas o tempo todo (depois de algumas Piscolas, isso é incrivelmente complicado), das festas, das "discotecas", das surpresas. Dos vinhos. Das bebidas. Saudade de ouvir conversas em alemão, e quando percebido, sempre concordar com um "Ja".

    Saudades de poder voltar para casa de madrugada, com o iPod no ouvido, sozinho, ou acompanhado pela Primavera, sem preocupação com a violência urbana. Dos domingos incrivelmente entediantes. Das empanadas, piscolas, pisco sour, tequilazos, jugos de durazno, chichas, pebre, drinking games, sanduíches Barros Luco, de entregar meus óculos pra Nati nas baladas. Do Igro,, meu grande amigo cearense. Das implicâncias com a Luiza.

     Saudades do frio, que eu amaldiçoava todos os dias. De acordar sempre verificando a previsão do tempo, para saber se usaria 2 ou três camisas, por baixo da camisa de manga comprida e do casaco. De fazer inveja aos europeus e chilenos com fotos das praias de Fortaleza, enquanto eles riam da minha exagerada sensação de frio, com suas roupas de mangas curtas.

     Saudades dos meus companheiros e companheiras da Casa Loca e da ECELA, de diversas nacionalidades, Chile, Brasil, EUA, Alemanha, Suíça, Austrália, Azerbaijão, Cingapura, Indonésia, Noruega, Inglaterra, Irlanda, Finlândia (quando imaginei que conheceria alguém da Finlândia, Azerbaijão ou da Indonésia?), Áustria, Taiwan, Holanda. China, Japão, Coreia do Sul, Ilha de Páscoa...

     Saudades de conhecer coisas novas todos os dias. De fotografar tudo que aparecia na minha frente. Do futebol, do estádio Nacional, da Cordilheira, da Casa Loca, da escola, da Primavera (cadelinha "gordita" que sempre me acompanhava até a escola), das ligações para o Brasil nas lojas de conveniência. Saudade de sentir saudades.

     Sim, também aprendi a falar espanhol, pero no mucho. O mais importante foi que aprendi a respeitar outras culturas e entendê-las, aceitá-las. Também aprendi muito sobre preconceito, tanto os meus quanto de outras pessoas.

     O elemento mais simbólico dessa fase da minha vida, foi o Aeroporto de Santiago. Quando cheguei, naquela manhã de 3 de setembro, parecia uma criança, assustado, sem ter ideia do que esperar, sem saber como falar com as pessoas. Na madrugada, aidna mais fria, do dia 10 de outubro, data do meu retorno, depois de todo esse aprendizado, me senti em casa. Parecia estar entrando na casa de amigos, conversando com o taxista no caminho, os vendedores das lojas, atendentes...
   
     Perdão pelo texto confuso, e mal escrito, mas a minha emoção é inimiga ferrenha do meu raciocínio...

           

   

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