quarta-feira, 26 de setembro de 2012

TED


Ted





David Arrais


Ted conta a história de um ursinho de pelúcia dado de presente ao solitário menino John, que, por conta do pedido de natal de seu novo dono (a segunda coisa mais poderosa do mundo), ganha vida, e passa a ser o seu melhor amigo por toda a vida. No entanto, essa amizade gera problemas para ele (Mark Whalberg), durante sua vida adulta.

Partindo de uma premissa relativamente simples, o roteiro nos leva por todo o crescimento dos dois, passando pelas agruras da adolescência, até chegar à vida adulta. Neste pequeno prólogo, narrado pela voz marcante de Patrick Stewart, também é explicada a razão pela qual todos no mundo conseguem conviver normalmente com um bicho de pelúcia que age como um ser humano.

Quando adultos, Ted e John moram com Lori (Mila Kunis), namorada de John há quatro anos, que apesar de respeitar e, até certo ponto admirar, a amizade de seu namorado e seu bichinho, não se conforma que um homem de 35 anos tenha como passatempo preferido fumar maconha, beber cerveja e assistir Flash Gordon. E ainda tenha medo de trovões.

Mark Whalberg está extremamente convincente saindo de sua zona de conforto de interpretação. Sua performance como um adulto com mente de criança, que acha que sempre existe espaço para piadas flatulentas, ou que assistir tv é razão suficiente para faltar ao trabalho, é elogiável.

Mila Kunis tem um desempenho igualmente competente. Lori é uma mulher relativamente bem sucedida no trabalho, que sempre consegue se desvencilhar com desenvoltura dos assédios nada sutis de seu chefe Rex (John McHale, da série Community) e que sempre tenta contornar a imaturidade, ou o fato de não conseguir arrumar um emprego melhor, de seu companheiro.

Contudo, o grande astro do filme é mesmo o seu personagem-título. Dublado por Seth Mcfarlane, ele é o veículo perfeito para a proliferação de piadas racistas, preconceituosas, machistas e de todo tipo de cunho politicamente incorretos, tão comuns na carreira de seu criador. Excepcionalmente bem construído em CGI, Ted mostra ser como seu grande amigo: Um adulto com comportamentos infantis (e que compartilha do medo de trovões).

O grande segredo do filme reside na ótima dinâmica entre o casal protagonista e Ted. Todo o esforço de criação de roteiro, atuações e efeitos especiais seriam em vão, caso não acreditássemos ser possível aquela interação. Os constantes confrontos (muitas vezes até hilários, como a genial sequência de “luta”) entre os três são extremamente ricos e verossímeis.  

Os arcos dramáticos dos personagens são extremamente bem conduzidos, mostrando todas as fases daquelas relações, seus desgastes, com momentos definidores das ações dos personagens, como a festa que acontece no apartamento de Ted que é um dos momentos mais divertidos, especialmente pelo seu convidado especial. Tudo que acontece durante a projeção tem sua razão de ser.

Os personagens secundários são fundamentais para o desenvolvimento da trama. John McHale exercita sua veia cômica como Rex, o chefe inconveniente e narcisista que tenta conquistar Lori todos os dias, sem exagerar na caracterização de seu personagem. Na direção oposta, porém igualmente engraçado, Giovanni Ribisi deita e rola (literalmente) como o pai, obcecado por Ted desde criança, de um menino mimado (que é vítima de uma das melhores tiradas do urso, por sua forma física). Sam J. Jones, como ele mesmo, tem a melhor de todas as participações.

Mesmo tendo participações menores, quase como pontas, também são dignos de nota: Jessica Barth como Tami-Lynn, a namorada improvável de Ted, Matt Walsh que interpreta Thomas, o estúpido, porém compreensivo, chefe de John. Norah Jones aparece de forma surpreendente, como ela mesma, porém como um antigo affair de Ted. Ryan Reynolds e Patrick Warburton também surpreendem, numa das melhores cenas do filme.

Apesar de se tratar de uma comédia, Ted também funciona em seus momentos dramáticos, como nas crises do relacionamento entre John e Lori, (em que os atores surpreendem com suas atuações) e no momento mais difícil da amizade dele com Ted, já no terceiro ato.

A trilha sonora, apesar de não ser marcante, cumpre bem seu papel, além de lembrar bastante alguns temas do seriado mais famoso de McFarlane. E possui uma "música incidental" que será facilmente reconhecida pelos fãs.
         
           Finalizando, os fãs de Seth McFarlane, genial criador dos seriados Family Guy, Cleveland Show (spin off do primeiro) e American Dad, podem ficar felizes e tranquilos. Seu humor ácido e politicamente incorreto, em sua primeira incursão em liveaction, é capaz de se sustentar com a mesma qualidade e inteligência dos programas da TV num longa metragem de duas horas de duração.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Os Mercenários 2


OS MERCENÁRIOS 2
David Arrais


Testosterona e virilidade na veia! Sylvester Stallone e sua trupe voltam, com reforços, nesta nova aventura, agora em busca de vingança pelo assassinato de um companheiro. Dirigido por Simon West, a partir do roteiro de Richard Wenk e do próprio Stallone, Os Mercenários 2 não perde tempo para apresentar pesonagens, nos jogando diretamente na ação. 

Depois de resgatar um antigo rival (dentro e fora das telas), Barney Ross (Stallone) é contactado novamente pelo Sr. Church (Bruce Willis) para uma nova missão: recuperar um cofre nos destroços de um avião. Para isso, ele terá que levar consigo, muito a contragosto, a jovem Maggie (Nan Yu). Depois de realizada a missão, um de seus companheiros é assassinado pelo cruel Villain e o objeto de sua missão é roubado. A partir daí, ao invés de voltar a cumprir ordens, o grupo parte em busca de vingança.

Vamos do começo. Ninguém vai assistir a um filme com Sylvester Stallone, Dolph Lundgreen, Jason Statham, Arnold Schwarzenegger, Bruce Willis, Randy Couture, Tracy Crews, Jet Li e Jean-Claude Van Damme esperando grandes interpretações ou roteiros mirabolantes, certo? A partir daí, é possível analisar Os Mercenários 2. E funciona. Como funciona!

Desde o início, todas as leis da física e da lógica são destruídas com a mesma facilidade com que os inimigos são fuzilados, cortados, golpeados, esfaqueados e explodidos. Com uma montagem dinâmica em uma longa sequência, acompanhamos o resgate improvável, e somos apresentados ao novo membro do grupo, Billy the Kid (Liam Hemsworth), um jovem atirador de elite, que deixou o exército para seguir na vida “profissional”. A propósito, o monólogo em que ele explica suas razões para deixar o exército é digno de nota.

Contando com um roteiro simples, o filme aposta bem mais nos personagens, suas interações, a fidelidade dentro do grupo, assim como nas personas de seus protagonistas, como quando o currículo acadêmico de Lundgren é citado, ou em diálogos inspirados como “Eu vou exterminar você”, “Eles são muito imaturos”, “Eu trabalho melhor sozinho. Sou um Lobo Solitário”,  “Yippee-ki-yay   e “I’ll be back” e alguns "Chuck Norris Facts". Dessa forma, o espírito da obra é respeitado até o final.

A dinâmica entre os personagens nunca é falha (dentro de suas limitações visíveis de interpretação), mostrando que existe bastante química entre os atores, especialmente entre Statham e Stallone, que são os líderes do grupo. O único que tem uma participação um pouco menor, em relação aos demais companheiros, é Toll Road (Randy Couture), servindo quase sempre apenas como vítima das piadas de seus companheiros, principalmente Gunnar (Lundgren).
            
            As cenas de ação são grandiosas, porém, o que sobra em  balas e explosões, falta, na mesma proporção em criatividade, pois não há uma “grande cena”, com algo realmente novo. Há também algumas falhas grotescas nos efeitos visuais, algo imperdoável em produções dessa natureza. 

Já as cenas de luta, com ação mano a mano, são bastante criativas e divertidas, como a briga no bar, na igreja e no hangar (todas essas protagonizadas por Statham), uma sequência em que Jet Li usa panelas como armas, ou a grande luta final, em que Stallone e Van Damme se enfrentam, usando o repertório de golpes que os transformou em astros.
            
            Funcionando como uma grande homenagem aos filmes de ação dos anos 80, os momentos máximos de catarse são aqueles em que os três maiores astros daquela geração dividem a tela: Willis, Stallone  e Schwarzenegger. O que deve trazer à cabeça dos produtores daquela época: Como nunca fizemos isso antes?

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O DITADOR


O DITADOR




David Arrais

         O Ditador, conta a história de Aladeen (Sacha Baron Cohen), que tem como um de seus hobbies mandar executar funcionários está sendo acusado pela ONU de desrespeitar os direitos humanos (“o que é isso?”) e de estar enriquecendo urânio para a fabricação de armas nucleares, algo engado por ele em um convincente discurso popular, da sacada de seu gigantesco e narcisista palácio.

Diante das acusações, ele é orientado por seu tio e conselheiro Tamir (Ben Kingsley) a discursar na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque. Depois de ser enganado por pessoas de seu imenso séquito, ele acaba sendo salvo por Zoey (Anna Faris), uma ativista feminista vegetariana que luta por todas as causas que envolvem minorias.
          
          A partir daí, a história segue um tortuoso caminho até o seu rápido final. Apesar de ter uma trama interessante, que nos instiga a querer saber como Aladeen conseguirá seus objetivos, o roteiro mostra-se falho, na medida em que os momentos cômicos são meramente jogados na tela, sem muita conexão entre si, com uma quantidade excessiva de cortes.

Diferentemente de Brüno e Borat, aqui as gags são encenadas, deixando de lado o formato de mockumentary (documentário fictício), diminuindo o impacto de algumas delas, como o momento em que Aladeen agride alguns clientes na loja de Zoey.

Outro grande defeito do filme foi a sua campanha de marketing. Como ultimamente acontece com a maioria das comédias, algumas das passagens mais engraçadas foram exibidas a exaustão nos trailers, que vem aparecendo nos cinemas desde o começo de 2012, o que acabou por enfraquecê-las.

A participação de Anna Faris também é contestável. Famosa pela franquia “Todo Mundo em Pânico”, sua performance é mais uma vez caricatural ao extremo, com sua voz constantemente histérica e os olhos arregalados, ultrapassando o estereótipo de sua personagem. Curiosamente, suas aparições sempre melhoram quando ele adota uma interpretação mais contida.

Porém, nem tudo são problemas em O Ditador. A participação de John C. Reilly, como o segurança particular do general em solo americano é divertidíssima, como na passagem em que Aladeem o ensina como utilizar alguns instrumentos de tortura. Bobby Lee está engraçadíssimo como o Sr. Lao, representante do governo chinês que tem um curioso fetiche por celebridades.

Ben Kingsley exibe a competência habitual, apesar de em alguns momentos parecer tão constrangido e desconfortável quanto seu personagem ao ter que se submeter aos caprichos do sobrinho “Líder Supremo”.

Impossível deixar de destacar a participação de Jason Mantzoukas como Nadal, o cientista que se torna companheiro de Aladeen durante sua estadia nos EUA, e que possui uma química fantástica com Sacha, sempre engrandecendo a produção quando aparecem juntos.

Também são dignas de nota as aparições de Megan Fox e Edward Norton, que participam de duas das mais divertidas sequências do filme.

Como não poderia deixar de ser, a grande estrela é Sacha. Mostrando mais uma vez seu incrível talento como ator, ele nos entrega um personagem quase tão cativante quanto Borat. Apostando mais no humor criado a partir dos diálogos e reações de seu peronagem, como no momento em que anda de moto com Zoey, ele procura fugir um pouco do humor físico, ainda que ele esteja presente, como numa escatológica cena envolvendo uma mulher em trabalho de parto e um celular. Contudo, o auge de sua performance é o momento em que Aladeen faz uma descoberta que promete “mudar sua vida”.

Convencido por sua própria propaganda, o grande Almirante–General está sempre convicto de sua superioridade e de suas qualidades, mesmo quando está fora de seus domínios. Ele também sempre faz questão de exibir seus talentos exercitados durante a sua “carreira” como “opressor supremo”.

Concluindo com um discurso digno de aplausos, ao comparar os males da democracia com os benefícios da ditadura, Sacha Baron Cohen consegue mais uma vez achincalhar a sociedade e cultura supérflua e consumista norte-americana, virando as costas para o politicamente correto, garantindo com isso, ótimas risadas.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Valente


VALENTE




David Arrais

                A Pixar é um estúdio que até 2011 se notabilizava pela incrível capacidade de produzir filmes que além de sucessos de bilheteria, eram grande sucesso de crítica. Alguns dos motivos para tal sucesso eram a criatividade e a coragem com que os roteiros eram desenvolvidos, sem nunca apelar para fórmulas batidas. Infelizmente, Carros 2  veio mostrar que as coisas estavam mudando por lá. E agora, Valente, veio confirmar essa mudança, com a proposta de apresentar a sua primeira princesa.

                Valente conta a história de Merida, filha mais velha do Rei da Escócia, que, ao atingir a idade, se vê obrigada a escolher quem será seu noivo. No entanto, desde criança ela demonstra não ter a menor “vocação” para acabar como sua mãe, que, do seu ponto de vista, tem como única razão de vida preparar a filha para a vida de esposa/rainha. Quando resolve não seguir a tradição, ela acaba contratando os “serviços” de uma bruxa, que pratica um feitiço de consequências potencialmente desastrosas.

A família de Merida é bem explorada pelo roteiro, desde a retidão e rigidez de Elinor, sua mãe, ao afeto dispensado a ela por Fergus, seu pai, além de sua bravura e altruísmo, passando pelas traquinagens de seus pequenos irmãos trigêmeos.

Assim como ocorreu em Os Incríveis, os personagens humanos, talvez pela complexidade da modelagem, são estilizados, chegando a parecerem caricaturas (como a criada da família, ou os pais dos pretendentes da princesa) diferentemente do que acontece nos filmes baseados em captura de movimento. Mas, de forma alguma isso enfraquece a credibilidade naqueles personagens, chegando a aumentar a afeição que podemos sentir por eles.

A fraqueza do roteiro (escrito por quatro roteiristas, quase sempre um mau sinal) é acentuada pela quantidade de “reviravoltas”, e uma lenda que, além de batida, não acrescenta muito à história, servindo apenas para justificar a existência do “vilão” do filme.

A história ainda conta com outros clichês como “você deve escolher seu destino”, animais engraçadinhos, músicas sobre sonhos e superações, e também vários elementos presentes em outras produções Disney: o corvo negro (A Bela Adormecida) e a vassoura encantada da bruxa (Fantasia); a amizade da heroína e seu cavalo e uma caçada a um monstro (A Bela e a Fera); o prazo para que se acabe o feitiço (A pequena Sereia); a transformação de membros da família (Irmão Urso). Não existem aqueles  arroubos de criatividade característicos Pixar.

           Porém, o que falta de criatividade e esmero no roteiro, sobra nos aspectos técnicos. A geografia da Escócia é extremamente bem recriada, com suas montanhas, rios e vários tipos de vegetação. Os movimentos das plantas e cabelos com o vento é bastante realista. Assim como as texturas das roupas, dos pelos dos animais, de peças de mobiliário de madeira ou de rochas, que também são convincentes.

A direção de arte também é eficiente, retratando desde o interior do castelo do Rei, com seus salões enormes, passagens secretas “exploradas” pelos trigêmeos e o quarto de Merida que refletem bem a sua personalidade (a sua cama, que é “vítima” de suas frustrações é vista com várias lascas arrancadas) à casinha da bruxa, passando também pela “releitura” de Stonehenge.

        As cenas de ação são bem elaboradas, pecando apenas na luta final que, apesar de tensa e bem executada e coreografada (chegando a ser superior a uma cena semelhante do filme A Bússola de Ouro), é comprometida pela falta de luz da cena, que ocorre à noite.

           Mesmo que antes tenha realizado trabalhos de temas explorados por outros estúdios, como um herói improvável, lições de humildade, inimigos que se tornam amigos, ou mesmo super-heróis, sempre havia um sopro de novidade. Infelizmente, ao se render às fórmulas de mercado, a Pixar parece ter esquecido que ao fugir disso havia criado a sua própria fórmula de sucesso. 

domingo, 2 de setembro de 2012

E por falar em saudade...

Um ano...


     Hoje completou um ano do início da maior aventura que vivi até hoje. Atravessei o país e a Cordilheira dos Andes (essa ali da foto) até Santiago do Chile, para passar 40 dias estudando espanhol, conhecendo novas pessoas, uma nova cultura, e o mais importante, conhecendo a mim mesmo.

     Não vou dizer que voltei outra pessoa, pois não acredito que seja possível que as pessoas simplesmente mudem. O que houve foi uma melhoria, um "upgrade". Hoje sou um homem bem mais seguro, mais independente, mais decidido. Um homem que sabe o que quer.

     Lembro de cada um dos dias que passei por lá,c om grande riqueza de detalhes. Sei que é provável que em algum tempo eles comecem a sumir da minha memória, quando outras lembranças mais marcantes começarem a ocupar seu espaço. Porém, hoje, sinto muitas saudades.

     Saudades dos muitos nuevos amigos, de ter que pensar e falar em 3 idiomas o tempo todo (depois de algumas Piscolas, isso é incrivelmente complicado), das festas, das "discotecas", das surpresas. Dos vinhos. Das bebidas. Saudade de ouvir conversas em alemão, e quando percebido, sempre concordar com um "Ja".

    Saudades de poder voltar para casa de madrugada, com o iPod no ouvido, sozinho, ou acompanhado pela Primavera, sem preocupação com a violência urbana. Dos domingos incrivelmente entediantes. Das empanadas, piscolas, pisco sour, tequilazos, jugos de durazno, chichas, pebre, drinking games, sanduíches Barros Luco, de entregar meus óculos pra Nati nas baladas. Do Igro,, meu grande amigo cearense. Das implicâncias com a Luiza.

     Saudades do frio, que eu amaldiçoava todos os dias. De acordar sempre verificando a previsão do tempo, para saber se usaria 2 ou três camisas, por baixo da camisa de manga comprida e do casaco. De fazer inveja aos europeus e chilenos com fotos das praias de Fortaleza, enquanto eles riam da minha exagerada sensação de frio, com suas roupas de mangas curtas.

     Saudades dos meus companheiros e companheiras da Casa Loca e da ECELA, de diversas nacionalidades, Chile, Brasil, EUA, Alemanha, Suíça, Austrália, Azerbaijão, Cingapura, Indonésia, Noruega, Inglaterra, Irlanda, Finlândia (quando imaginei que conheceria alguém da Finlândia, Azerbaijão ou da Indonésia?), Áustria, Taiwan, Holanda. China, Japão, Coreia do Sul, Ilha de Páscoa...

     Saudades de conhecer coisas novas todos os dias. De fotografar tudo que aparecia na minha frente. Do futebol, do estádio Nacional, da Cordilheira, da Casa Loca, da escola, da Primavera (cadelinha "gordita" que sempre me acompanhava até a escola), das ligações para o Brasil nas lojas de conveniência. Saudade de sentir saudades.

     Sim, também aprendi a falar espanhol, pero no mucho. O mais importante foi que aprendi a respeitar outras culturas e entendê-las, aceitá-las. Também aprendi muito sobre preconceito, tanto os meus quanto de outras pessoas.

     O elemento mais simbólico dessa fase da minha vida, foi o Aeroporto de Santiago. Quando cheguei, naquela manhã de 3 de setembro, parecia uma criança, assustado, sem ter ideia do que esperar, sem saber como falar com as pessoas. Na madrugada, aidna mais fria, do dia 10 de outubro, data do meu retorno, depois de todo esse aprendizado, me senti em casa. Parecia estar entrando na casa de amigos, conversando com o taxista no caminho, os vendedores das lojas, atendentes...
   
     Perdão pelo texto confuso, e mal escrito, mas a minha emoção é inimiga ferrenha do meu raciocínio...