quinta-feira, 12 de julho de 2012

Espetacular Homem Aranha





ESPETACULAR HOMEM-ARANHA
                                               David Arrais

                Em 2002, foi lançado Homem Aranha, de Sam Raimi, atingindo uma das maiores bilheterias da história e estabelecendo de vez as adaptações de quadrinhos como uma fonte de sucesso para o cinema. Porém, depois da bomba Homem Aranha 3, surgiu um problema: Como continuar as aventuras do super herói depois da morte de seu arquirrival, ainda mais em uma produção tão fraca?  A opção foi fazer um “reboot” da franquia.

                O filme faz um recorte temporal um pouco maior que os anteriores, mostrando o relacionamento de Peter Parker (Andrew Garfield) com seus pais, como foi adotado pelos tios Ben (Martin Sheen) e May (Sally Field) e seu relacionamento com Gwen Stacy (Emma Stone), como também o descobrimento de alguns fatos sobre o passado de seus pais e como Peter entra em contato com o renomado cientista Curt Connors (RhysIfans), obcecado por pesquisas sobre regeneração humana e que, por conta delas, acaba por se transformar no Lagarto.

A ideia foi boa, porém mal executada e com vários defeitos. No entanto, o maior deles não está nas atuações, escolhas dos atores ou efeitos visuais, nem mesmo na história, que até funcionaria, não fosse um pequeno detalhe: a franquia foi inaugurada há apenas 10 anos. A lembrança das aventuras estreladas por Tobey Maguire ainda estão muito frescas, o que torna as comparações inevitáveis.

                Apesar de contar com boas atuações, especialmente de Martin Sheen, Andrew Garfield e Rhys Ifans, desde o início é possível perceber a falta de química entre os atores, seja nas cenas de Peter com seus tios, ou de Gwen com seu pai, o Capitão de polícia George Stacy (Denis Leary).

A descoberta dos poderes é bem desenvolvida, como o sentido aranha, a sua força e reflexos (uma das melhores cenas ocorre nessa fase, dentro de um metrô), bem como a confecção do uniforme ou dos cartuchos de teia. Apesar do bom humor e ironia (característicos do herói) estarem presentes, o roteiro alterna bons e maus momentos na mesma proporção. O divertido diálogo entre Peter e um ladrão de carros, sobre o uso da máscara, é descartado pelo próprio desenvolvimento da história, com o excesso de vezes em que ele a “perde”.

Tecnicamente o filme é bem realizado. Tem um tom sombrio, com boa parte da trama se desenvolvendo em ambientes escuros, ou à noite. As sequências de ação são muito bem executadas, como aquela que se passa numa ponte, com a primeira aparição do Lagarto, e as cenas de luta bastante criativas. Os efeitos visuais são excelentes, especialmente as sequências em primeira pessoa, mostrando os voos do herói (únicos momentos em que o efeito 3D se mostra realmente necessário) e as transformações do Dr. Connors.

Mesmo não sendo grande fã dos primeiros filmes, os considero bastante divertidos e interessantes, especialmente Homem Aranha 2, com a presença de Alfred Molina. Funcionavam. O Espetacular Homem Aranha não funciona. Não engrena. Deixa sempre aquela sensação “Ei, já vi isso antes. Era realmente necessário fazer de novo?”.

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