ESPETACULAR
HOMEM-ARANHA
David Arrais
Em
2002, foi lançado Homem Aranha, de Sam Raimi, atingindo uma das maiores
bilheterias da história e estabelecendo de vez as adaptações de quadrinhos como
uma fonte de sucesso para o cinema. Porém, depois da bomba Homem Aranha 3,
surgiu um problema: Como continuar as aventuras do super herói depois da morte
de seu arquirrival, ainda mais em uma produção tão fraca? A opção foi fazer um “reboot” da franquia.
O
filme faz um recorte temporal um pouco maior que os anteriores, mostrando o
relacionamento de Peter Parker (Andrew Garfield) com seus pais, como foi
adotado pelos tios Ben (Martin Sheen) e May (Sally Field) e seu relacionamento
com Gwen Stacy (Emma Stone), como também o descobrimento de alguns fatos sobre
o passado de seus pais e como Peter entra em contato com o renomado cientista
Curt Connors (RhysIfans), obcecado por pesquisas sobre regeneração humana e
que, por conta delas, acaba por se transformar no Lagarto.
A ideia foi
boa, porém mal executada e com vários defeitos. No entanto, o maior deles não
está nas atuações, escolhas dos atores ou efeitos visuais, nem mesmo na
história, que até funcionaria, não fosse um pequeno detalhe: a franquia foi
inaugurada há apenas 10 anos. A lembrança das aventuras estreladas por Tobey
Maguire ainda estão muito frescas, o que torna as comparações inevitáveis.
Apesar
de contar com boas atuações, especialmente de Martin Sheen, Andrew Garfield e
Rhys Ifans, desde o início é possível perceber a falta de química entre os atores,
seja nas cenas de Peter com seus tios, ou de Gwen com seu pai, o Capitão de
polícia George Stacy (Denis Leary).
A descoberta
dos poderes é bem desenvolvida, como o sentido aranha, a sua força e reflexos
(uma das melhores cenas ocorre nessa fase, dentro de um metrô), bem como a
confecção do uniforme ou dos cartuchos de teia. Apesar do bom humor e ironia (característicos
do herói) estarem presentes, o roteiro alterna bons e maus momentos na mesma proporção.
O divertido diálogo entre Peter e um ladrão de carros, sobre o uso da máscara,
é descartado pelo próprio desenvolvimento da história, com o excesso de vezes
em que ele a “perde”.
Tecnicamente o
filme é bem realizado. Tem um tom sombrio, com boa parte da trama se
desenvolvendo em ambientes escuros, ou à noite. As sequências de ação são muito
bem executadas, como aquela que se passa numa ponte, com a primeira aparição do
Lagarto, e as cenas de luta bastante criativas. Os efeitos visuais são excelentes,
especialmente as sequências em primeira pessoa, mostrando os voos do herói
(únicos momentos em que o efeito 3D se mostra realmente necessário) e as
transformações do Dr. Connors.
Mesmo não
sendo grande fã dos primeiros filmes, os considero bastante divertidos e
interessantes, especialmente Homem Aranha 2, com a presença de Alfred Molina.
Funcionavam. O Espetacular Homem Aranha não funciona. Não engrena. Deixa sempre
aquela sensação “Ei, já vi isso antes. Era realmente necessário fazer de novo?”.
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