Essa é a primeira crítica que eu escrevo, como exercício pro curso de Crítica Cinematográfica. Espero que gostem.
PROMETHEUS
PROMETHEUS
David Arrais
Prometheus marca a volta de
Ridley Scott aos filmes de ficção científica, depois de 30 anos, e mais
especificamente ao universo de “Alien”, um dos personagens de maior
sucesso desse tipo de filme.
O filme se inicia com uma longa
sequência de imagens aéreas por paisagens inóspitas, frias, sem vestígios de
vida. Ao mesmo tempo, essas imagens lembram imagens amplificadas de tecidos,
órgãos e células.
A seguir somos apresentados a um
elemento humanóide, estranho, estabelecendo algum tipo de comunicação com uma
nave. Depois de ingerir um líquido não identificado, somos levados a um passeio
pelos órgãos internos desta criatura, estabelecendo uma rima visual com as
primeiras imagens que vimos no início, e que nos remete ao tema do filme.
Na primeira cena com seres
humanos, somos apresentados aos arqueólogos Charlie Holloway e Elizabeth Shaw,
que fizeram descobertas que podem levá-los às respostas sobre a origem da
humanidade. Porém, para descobrir essas respostas, eles precisam fazer uma
viagem a um sistema solar a milhões de quilômetros da Terra.
A bordo de uma imensa nave (a
Prometheus do título), somos apresentados aos demais personagens. Inicialmente
ao andróide David, interpretado com a competência habitual de Michael
Fassbender, que é o único tripulante da nave acordado, pois os demais estão em
estado de sono criogênico. Ele parece
particularmente interessado nos sonhos da Dra. Shaw, e em estudar línguas
estranhas, ou até mesmo extintas.
Depois de acordarem de seu sono,
os demais personagens são reunidos para assistirem uma palestra, em que
conhecem o Sr. Weyland, patrocinador da expedição, em um video
holográfico, e para serem explicados os
motivos de sua expedição. E a srta. Vickers (Charlize Theron), representante de
carne e osso da corporação. (Aqui surge a minha primeira ressalva ao roteiro:
Como alguém entra numa expedição desse tipo pra só descobrir o objetivo da
missão quando chega no destino?)
E surgem também os primeiros
clichês dos filmes com “equipes de expedição”. Conhecemos todos os personagens
que têm estar ali, e já temos certeza de qual será a função de cada um. Quem
vai morrer, quem não vai, quem deve desempenhar alguma função maior na
história. E nenhum deles consegue estabelecer alguma identificação com o
público, ou fazer com que o público se preocupe com eles.
Depois que começam a
investigação, já no planeta LV233,
eles logo são levados para dentro de uma caverna gigantesca, onde encontram
mais evidências da ligação daqueles seres com as origens da humanidade. E onde podemos perceber algumas citações ao
universo de Alien, como alguns adornos nas paredes, o topo das montanhas onde
estão essas cavernas e alguns vasilhames, que lembram os ovos do ser.
A partir daí o filme ganha contornos
de suspense, alternando alguns momentos realmente de perder o fôlego com cenas
fraquíssimas, como aquela em que o
biólogo da equipe tenta “fazer amizade” com uma criatura grotesca e ameaçadora.
Outra questão sempre presente no
filme é o ponto de vista religioso, com a dra. Shaw sempre exibindo um
crucifixo e tendo sua fé questionada por outros personagens, especialmente num
momento em que ela é questionada sobre o papel de Deus na humanidade, caso eles
descobram a origem biológica do homem.
Com tantos personagens em um
filme desse porte, é curioso perceber
que o único que causa alguma preocupação e identificação seja um andróide. Como
dito anteriormente, Michael Fassbender realiza mais um grande trabalho, ao
criar u ser que, apesar de não ter sentimentos, parece saber exatamente como
reagir a cada situação e questionamento pelo qual passa, mesmo quando é
ameaçado, ou quando tentam “constrangê-lo”.
Do ponto de vista técnico, o
filme é impecável. Desde a abertura, o filme se mostra bastante econômico nas
cores, mantendo-se quase sempre em frias e/ou escuras, como cinza, preto, azul
escuro e branco, como se não quisesse chamar a atenção para mais nada na tela
além dos personagens. Os efeitos visuais são muito bem realizados, assim como a
maquiagem e a direção de arte, Como pode ser percebido nas cavernas por onde os
exploradores se perdem, ou no interior da gigantesca nave Prometheus.
Infelizmente, o filme se perde depois que alguns
dos seus “segredos” são desvendados, fazendo com que seus últimos minutos
tornem-se apenas um exercício de esperar o que vai acontecer com cada um dos
personagens. De um filme grandioso, em
alguns momentos ambicioso, ele passa a ser um filme de ação comum, sem mais
nenhuma surpresa ou grandes arroubos de criatividade.
Cenas e personagens meio perdidos na trama, é o que eu posso fazer como um resumão do que foi Prometheus. "/ Infelizmente. Ponto positivo: O visual e os seres do filme, graças ao H.R. Giger, o criador do design do Alien original, que atuou como consultor nesse filme.
ResponderExcluirNovo crítico de cinema no mercado? ¬¬'
hehehehe ;)